terça-feira, 23 de junho de 2015

Singularidades de um idoso particular

Às vezes ponho-me a pensar em coisas. Coisas no geral e no particular. Coisas particularmente estúpidas. Alguns dirão até que são coisas sem assunto ou perfeitamente irrelevantes. Efectivamente penso. E não é que de vez em quando até chego a algumas conclusões interessantes? Por exemplo, no outro dia ouvi um senhor idoso falar e pensei "Um dia vou pegar naquele homem, amordaçá-lo, atá-lo com uma corda a uma cadeira e vou-lhe dar aquilo que ele merece... Uma lição de português!". E perguntam vocês "Ãh? Então porquê, Pau Lu?" - Que remédio tenho eu se não explicar, não é, suas bestas?! Bom, se calhar começo por fazê-lo questionando-vos o seguinte: O que é que alguns idosos e alguns luso-africanos têm em comum?


(Pausa para uma reflexão sobre esta questão insólita)


Resposta: Uma maneira muito particular de falar. Ligeiramente diferente daquilo a que estamos habituados. Ligeira e subtil. Nunca pude deixar de notar que alguns idosos dizem coisas, involuntariamente hilariantes, como por exemplo: "Oh Quim, chega-me aí o meu ténes para eu ver se mato o ratos que estão lá em baixo na caves. E já agora se puderes traz-me aqui a rolhas para eu tapar esta garrafas que abrimos ao jantar. Não tás a ver home? Ela estão ali no chão perto da cadeiras, seu cegueta. Ah e traz também o guardanapos e o panos já que tás aí, oh!" - Se calhar estou sozinho nisto, mas eu acho profundamente delicioso o pormenor de começarem por referir-se ao nome de um objecto qualquer no singular, e acabarem por dizê-lo no plural. Por outro lado, também não pude deixar de reparar que alguns luso-africanos, fazem exactamente o contrário. Por exemplo: "Oh Kimbé, chega aí os meu téni pra eu ver se mato os rato qui estão lá em baixo nas cave. E já agora se puder traz-me aqui as rolha pra eu tapar estas garrafa que abrimo pró jantar. Nô tás a ver, mano? Elas estão ali no chão perto das cadeira, seu cegueta do caraças. Ah e traz os guardanapoos pano também já qui tá aí, óh." - Não acham isto engraçado e um bocado irritante até? Que estupidez a minha. Nem sei porque perguntei isto. Na realidade o que vocês acham não me interessa para nada. Bom, isto é apenas um exemplo de algo que me passa pela cabeça quando me sento no trono de um WC e dou início a uma profunda meditação sobre as questões filosóficas relativas ao mundo e às pessoas que o habitam.
Já agora, a propósito de idosos, não posso deixar de relatar um episódio que me aconteceu há uns anos, que me intrigou e me pôs a pensar. Uma vez estava num café com uma amiga e começou a dar uma notícia na TV sobre o cortejo do "orgulho gay". Numa das mesas do lado comecei a ouvir aquilo que parecia ser um urso a balbucear. Depois percebi que era um idoso, podre de bêbado a tentar comunicar algo do género: "ESTES PANELEIROS PÁ! CAMBADA DE RABIXAS. ERA QUEM OS MATASSE A TODOS!" - automaticamente saiu-me "Mas, porquê? Já foi violado por um?" - ao que ele diz "Err...O QUÊ??? Tás maluco rapaz!?!? Seu insurrecto!" E lá continuou ele a arrotar postas de pescada pela boca fora até que o pior ainda estava para vir. Juro pelos meus Brócolos sagrados que de seguida ele disse literalmente isto:

"PORQUE EU E UM AMIGO MEU, UMA VEZ CONHECEMOS UM FULANO QUE ERA UM RABIXOLAS. E SABES O QUE É QUE LHE FIZEMOS RAPAZ? SABES? PEGAMOS NELE. LEVAMO-LO A UM BOSQUE. PEGAMOS EM SILVAS. E ESFREGAMO-LHAS NO CU, PARA ELE APRENDER QUE ESSAS MERDAS NÃO SÃO COISAS DE HOMEM!

Antes de mais, um minuto de silêncio pelo homem que não tinha culpa de ser gay e que graças a isso adquiriu forçosamente umas valentes cicatrizes no seu bem mais precioso (pelo menos para alguns, mais propriamente os passivos).

A questão pertinente que qualquer preconceituoso se recusa a compreender é a seguinte: Da mesma forma que ninguém quer saber dos hábitos e tendências sexuais dele, ele não têm nada a ver, nem que opinar sobre os hábitos e tendências sexuais dos gays (homossexuais e lésbicas). Porquê? Porque se tratam de pormenores da vida intima e privada das pessoas. Da ultima vez que verifiquei, uma das principais bases da democracia era a seguinte máxima: A minha liberdade termina onde começa a do outro. "Ah, mas então Pau Lu, não achas que isso cai por terra quando um homem resolve entrar pela liberdade do outro a dentro? O que tens tu a dizer sobre esta questão da penetração da liberdade dos outros, heim?" - Tenho a dizer que vocês para além de bestas e de brejeiros, são ignorantes!

Da próxima vez que ouvir um idoso ou qualquer outra pessoa a dizer que não gosta de "paneleiros" nem de "fufas" já sei o que fazer. Imobilizo-o, amordaço-o, levo-o para um bosque e pergunto: "Então diz lá, oh velhadas, quero saber quais são as tuas posições sexuais favoritas para ver se me agradam ou não. Se não agradarem estás tramado, que eu vou ficar aqui a noite toda a fazer bulying e a esfregar-te com estas silvas na boca, na pila e nesse rabo peludo que é para aprenderes a não te meteres na vida privada dos outros e para ver se aprendes a deixar de ser preconceituoso em relação aos gays... que essas merdas que tu dizes não são coisas de Homem, pá!".

2 comentários:

  1. Muito Boas Tardes,

    Antes de mais aproveito para, pau la tinada mente, me introduzir.

    Os meus nome e' Romulo e sou uns idosos lusos africanos de origem cabo-verdiana. Estou portanto mais do que habilitado a produzir alguns conteudos textual sobre os temas, ja que faco parte de ambos os grupos supracitados.

    As minhas condicao de idoso faz com que ao iniciar uma conversacao misture os plurais dos artigos tanto definidos como os indefinidos. No entanto, a minha condicao de Luso africano faz com que eu volte novamente a errar nos plurais dos artigos, corrigindo os erros inicial. Assim, posso me orgulhar de comunicar perfeitamente em Portugues!

    Mas este tipo de coisas nunca me passou pela cabeca quando estou no WC como acontece com o escritor do blog. Quando estou no WC a unica coisa que me passa pela cabeca e' o rolo do papel quando ele acaba e peco a Felismina para me atirar uns rolos novo ou umas folhas de couve (quando num ha papel!). Mas tudo bem...

    Tenho uns mestrados em biologia. As minhas tese de mestrado tinha comos temas "A Flora existente em bosques de coniferas mais adequada a' limpeza depois de obrar". Posso portanto falar do segundo tema desta rabula com conhecimento de causa.

    As silvas em florestas de coniferas e outras florestas sao muito bravas e ruins. Tem uns espetos e picos que arranham as pele e quase nada limpam. O que fizeram ao senhor foi muito mau. Eu recomendo uma folha de couve. A folha de couve ou a raspagem em casca de pinheiro manso humidificada, foram as solucoes recomendadas na conclusao das minhas tese de mestrado.

    Cumprimento,
    Romulo

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